Como os ensaios clínicos transformam o tratamento do linfoma: uma visão detalhada sobre as fases de pesquisa

O universo dos ensaios clínicos é fascinante e, para quem convive com o diagnóstico de linfoma, seja paciente, familiar ou cuidador, entender como estes estudos funcionam pode ser transformador. Afinal, é por meio deles que novas terapias surgem, velhos paradigmas são quebrados e a esperança se renova com tratamentos cada vez mais eficazes e personalizados.

O tratamento do linfoma tem evoluído significativamente nas últimas décadas, graças aos avanços proporcionados pelos ensaios clínicos. Estes estudos são fundamentais para o desenvolvimento de novas terapias, oferecendo esperança e melhores perspectivas ao redor do mundo.

Neste artigo, vou explorar detalhadamente como os ensaios clínicos contribuem para a transformação do tratamento do linfoma, abordando suas fases, importância e impacto na prática clínica.

O que são ensaios clínicos?

Ensaios clínicos são estudos realizados com seres humanos que avaliam a segurança, eficácia e melhores formas de uso de novos medicamentos, ferramentas diagnósticas ou abordagens terapêuticas. Eles seguem protocolos rigorosos e são divididos em fases sequenciais, que garantem que cada tratamento seja testado cuidadosamente antes de ser disponibilizado para o público em geral.

No linfoma, estes estudos são cruciais para que novas terapias possam superar os tratamentos atuais, oferecendo maior eficácia e menor toxicidade.

Além de testar medicamentos inéditos, os ensaios clínicos também avaliam combinações de tratamentos, novas doses, e estratégias inovadoras que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

As fases dos ensaios clínicos: segurança, eficácia e inovação

Fase 0: o primeiro contato com o organismo humano

Nesta etapa exploratória, doses muito baixas do medicamento são administradas a um pequeno grupo para entender como ele age no corpo. É uma fase rápida e que ajuda a decidir se vale a pena avançar para testes maiores.

Fase 1: avaliação da segurança

Aqui, o foco é garantir que o tratamento seja seguro. Participam geralmente entre 20 e 80 voluntários, que podem ser pacientes com a doença. O objetivo é determinar a dose segura e identificar efeitos colaterais iniciais.

Fase 2: testando a eficácia e continuando a segurança

Com um grupo maior, que pode variar até 100 pacientes (dependendo muito do tipo de doença avaliada), essa fase avalia se o tratamento realmente funciona contra o linfoma, além de continuar monitorando a segurança.

Fase 3: comparação com o padrão atual

Envolve centenas a até milhares de pacientes, muitas vezes em vários países. O novo tratamento é comparado com o que já existe de tratamento padrão para confirmar se é mais eficaz ou possui menos efeitos adversos. Essa fase é decisiva para a aprovação regulatória.

Fase 4: monitoramento pós-aprovação

Após a liberação do medicamento para uso geral, essa fase acompanha sua segurança e eficácia em larga escala, identificando efeitos colaterais raros e avaliando o impacto no dia a dia dos pacientes.

Impacto dos ensaios clínicos no tratamento do linfoma

Os ensaios clínicos têm sido fundamentais para a introdução de terapias inovadoras no tratamento do linfoma. Algumas das contribuições mais significativas incluem:

  • Terapias-alvo: desenvolvimento de medicamentos que atacam especificamente células cancerígenas, minimizando danos às células saudáveis;
  • Imunoterapia: utilização do sistema imunológico do paciente para combater o câncer, como as terapias com células CAR-T;
  • Combinações terapêuticas: Estudos que avaliam a eficácia de combinar diferentes tratamentos para melhorar os resultados.

Exemplos Recentes de Ensaios Clínicos que Estão Revolucionando o Tratamento do Linfoma

Terapia CAR-T: uma revolução no tratamento de linfomas refratários

A terapia com células CAR-T é uma das maiores inovações recentes. Ela consiste em coletar as células T do paciente, modificá-las geneticamente para reconhecer e destruir as células tumorais, e reinfundi-las no organismo.

O brexucabtagene autoleucel (brexu-cel) é um dos exemplos de novas terapias CAR aprovado pelo FDA para linfoma de células do manto recidivado ou refratário, com base no estudo multicêntrico ZUMA-2. Neste ensaio, 87% dos pacientes responderam ao tratamento, e 62% alcançaram remissão completa, dados que foram atualizados no ASH 2024, mostrando sobrevida global de até 47% em 36 meses para pacientes altamente refratários. Estudos de fase 3 estão comparando a terapia CAR-T com tratamentos padrão, o que pode mudar as diretrizes clínicas em breve.

No Brasil, o Instituto Butantan, em parceria com a USP e o Hemocentro de Ribeirão Preto, iniciou ensaios clínicos de fase 1 para avaliar a segurança da terapia CAR-T em linfoma não Hodgkin de células B, abrindo caminho para o acesso nacional a essa tecnologia inovadora.

Inibidores de BTK de nova geração: mais eficácia e menos efeitos colaterais

Os inibidores de Bruton’s Tyrosine Kinase (iBTK) são fundamentais no tratamento de linfomas e leucemias linfocíticas. Os medicamentos de segunda geração, como zanubrutinibe e acalabrutinibe, vêm demonstrando maior seletividade e menos toxicidade, especialmente cardiovascular, em comparação ao ibrutinibe (o iBTK de 1° geração)

No EHA 2024, estudos com dados do mundo real mostraram que tanto o acalabrutinibe quanto o zanubrutinibe são mais seguros e eficazes para pacientes com leucemia linfocítica crônica (CLL) e linfoma linfocítico pequeno (LLP), com taxas menores de efeitos adversos cardiovasculares.

O zanubrutinibe foi aprovado para tratamento de linfomas da zona marginal e macroglobulinemia de Waldenström, ampliando as opções para pacientes com perfis clínicos variados.

Inibidores de BCL-2: o venetoclax e suas combinações promissoras

O venetoclax, que atua bloqueando a proteína BCL-2 e induzindo a morte das células tumorais, tem sido testado em combinações que potencializam sua eficácia.

No estudo SYMPATICO, apresentado no ASH 2024, a combinação de venetoclax com ibrutinibe alcançou resposta completa em mais de 60% dos pacientes com linfoma de células do manto recidivado/refratário, mesmo em casos com mutações genéticas desfavoráveis como TP53;

Essa sinergia entre inibidores de BTK e BCL-2 está abrindo caminho para tratamentos mais eficazes e personalizados, com menor toxicidade. E o Brasil foi i pioneiro na aprovação dessa combinação para o LCM recidivado ou refratário

Terapias combinadas: o futuro da medicina personalizada

Estudos recentes exploram combinações que envolvem imunoterapia, quimioterapia e terapias-alvo para superar mecanismos de resistência e modular o microambiente tumoral.

Um destaque do ASH 2024 foi o estudo BOB-L-203, que avaliou antagonistas de CD47 em combinação com terapias-alvo em linfoma folicular e de células do manto, mostrando respostas rápidas e duradouras em pacientes recidivantes;

Combinações como tafasitamabe, lenalidomida e rituximabe também têm mostrado resultados promissores em linfoma folicular recidivado, reduzindo o risco de progressão e melhorando a qualidade de vida.

Como os resultados dos ensaios clínicos estão influenciando a prática clínica atual

Os dados recentes estão mudando protocolos e diretrizes em todo o mundo. A terapia CAR-T, por exemplo, já é recomendada para linfomas refratários, oferecendo uma alternativa para pacientes que não respondem às terapias convencionais. Os inibidores de BTK de nova geração estão substituindo progressivamente os primeiros medicamentos, graças ao seu perfil de segurança superior. As combinações com venetoclax e imunoterapia estão abrindo caminho para tratamentos menos tóxicos e mais eficazes, especialmente em pacientes com características genéticas desfavoráveis.

No Brasil, estes avanços começam a ser incorporados por meio de aprovações regulatórias e ensaios clínicos conduzidos em centros de referência, ampliando o acesso a terapias inovadoras.

Como pacientes brasileiros podem acessar ensaios clínicos

Participar de um ensaio clínico é uma oportunidade valiosa para acessar tratamentos de ponta e contribuir para o avanço da ciência. No Brasil, centros como o Grupo Oncoclínicas, INCA, Hospital Sírio-Libanês, Hospital Albert Einstein, Hemocentro de Ribeirão Preto e IBCC Oncologia oferecem estudos clínicos em andamento para linfoma.

Plataformas como o REBEC (Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos) e o http://ClinicalTrials.gov permitem a busca por estudos abertos para inclusão de pacientes. É fundamental conversar com seu hematologista para avaliar a elegibilidade e entender os benefícios e responsabilidades envolvidos.

A pesquisa clínica como motor da inovação e esperança

Os ensaios clínicos são o motor que impulsiona a inovação no tratamento do linfoma, transformando o que antes era um diagnóstico desafiador em uma condição com múltiplas opções terapêuticas e melhores prognósticos. Cada fase da pesquisa clínica, cada estudo, cada novo dado contribui para que o tratamento seja mais seguro, eficaz e personalizado.

Se você ou um familiar foi diagnosticado com linfoma, não deixe de buscar orientação especializada. Agendar uma consulta com um hematologista experiente é o primeiro passo para conhecer as opções mais modernas e eficazes disponíveis, incluindo a possibilidade de participar de ensaios clínicos que podem fazer toda a diferença no seu tratamento e qualidade de vida.

A inovação está ao seu alcance. Tenho diversas pesquisas acontecendo sob meu comando e também conhecimento das pesquisas de outros colegas.

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Dra. Adriana Scheliga

Os bastidores e a rotina de uma médica na condução de pesquisas clínicas

No universo da medicina oncológica, a pesquisa clínica desempenha um papel crucial na busca por avanços significativos no tratamento do câncer. Por trás dos resultados positivos e das terapias inovadoras, está o incansável trabalho de médicos pesquisadores, dedicados a desvendar os mistérios desta doença complexa e debilitante.

No Brasil, onde a incidência de casos de câncer continua a aumentar, a condução de estudos clínicos assume uma importância ainda maior. Neste contexto desafiador, os pesquisadores enfrentam uma série de etapas intricadas, desde a elaboração do protocolo de pesquisa até a análise e disseminação dos resultados.

Neste artigo, vamos explorar detalhadamente como é a rotina de uma médica pesquisadora na condução de pesquisas clínicas em Onco-Hematologia, destacando cada fase do processo e a importância desse trabalho para o avanço da medicina e o bem-estar dos pacientes.

Elaboração do Protocolo de Pesquisa

A partir da identificação da questão clínica, os pesquisadores elaboram um protocolo de pesquisa detalhado. Esse documento é essencial, pois delineia os objetivos do estudo, métodos de coleta de dados, critérios de inclusão e exclusão de participantes, entre outros aspectos. É uma fase que demanda meticulosidade e revisões constantes para assegurar sua eficácia e conformidade ética.

Aprovação Ética e Regulatória

Com o protocolo em mãos, os pesquisadores buscam aprovação ética junto a comitês de ética em pesquisa. Esse processo pode ser moroso, envolvendo revisões e ajustes conforme necessário para garantir que o estudo seja conduzido de acordo com princípios éticos e normas regulatórias. Sem essa aprovação, nenhum estudo clínico pode prosseguir.

Recrutamento e Seleção de Participantes

Após a aprovação ética, inicia-se a fase de recrutamento e seleção de participantes para o estudo. Isso muitas vezes envolve colaboração com hospitais, clínicas e centros de saúde para identificar pacientes elegíveis e obter seu consentimento informado para participar da pesquisa. É uma fase sensível que requer habilidades de comunicação e empatia para garantir que os participantes compreendam os riscos e benefícios de sua participação.

Condução do Estudo

Uma vez que os participantes são recrutados, o estudo é conduzido de acordo com o protocolo estabelecido. Isso implica em coleta sistemática de dados e monitoramento regular para garantir a qualidade e integridade dos dados. Os pesquisadores estão constantemente atentos para garantir o cumprimento do protocolo e a segurança dos participantes.

Análise e Interpretação dos Resultados

Ao final do estudo, os resultados são analisados estatisticamente e interpretados à luz dos objetivos iniciais. Essa fase é crucial para extrair insights significativos e responder às questões de pesquisa propostas. Colaborações com estatísticos e outros pesquisadores são comuns nesse estágio, visando garantir uma análise robusta e confiável dos dados.

Disseminação dos Resultados

Os resultados do estudo são então comunicados através de publicações científicas em revistas especializadas, apresentações em conferências e outros meios de disseminação científica. O objetivo é compartilhar conhecimento e contribuir para o avanço da ciência, beneficiando tanto outros profissionais de saúde quanto os pacientes.

Em suma, a condução de pesquisas clínicas é uma jornada desafiadora e gratificante para médicos e pesquisadores. Requer uma combinação única de habilidades clínicas, científicas e éticas, mas oferece a oportunidade de fazer contribuições significativas para o avanço da medicina e o bem-estar dos pacientes.

Trabalhar como médica pesquisadora pode ser uma experiência emocionante e repleta de responsabilidades. Agora vamos explorar um dia na vida de uma médica pesquisadora e como é trabalhar nesse ambiente.

O Que Faz um Médico Pesquisador?

Um médico pesquisador, desempenha um papel fundamental na condução de estudos de pesquisa clínica. Ele é responsável por supervisionar todos os aspectos do estudo, desde o desenvolvimento do conceito até a apresentação dos resultados.

Isso inclui escrever uma descrição detalhada do estudo, submetê-lo para aprovação às autoridades regulatórias competentes, supervisionar o recrutamento de participantes e garantir que estes compreendam seus direitos e concordem em participar.

Além disso, ele colabora com outros profissionais de saúde, como os médicos do estudo, para monitorar e cuidar dos participantes durante todo o processo. Avalia as respostas dos pacientes, documenta os efeitos colaterais e assegura que o estudo seja conduzido de acordo com os mais altos padrões éticos e científicos.

Em suma, o médico pesquisador desempenha um papel central na garantia da integridade e qualidade dos estudos clínicos, contribuindo para o avanço da medicina e o bem-estar dos pacientes.

Um Dia Típico na Vida de um Médico Pesquisador

Não há um dia típico. Um dia pode envolver lidar com e-mails, responder a solicitações de informações de colegas e clientes, participar de reuniões internas ou com clientes e investigadores de pesquisa.

Como médica que também atende pacientes numa cllínica de terceiros, há uma quantidade significativa do meu tempo dedicado à resolução de problemas, como a interpretação de resultados de estudos ou a comunicação de questões médicas complexas para colegas.

A este médico pesquisador, também pode ser solicitado que participe de conferências científicas no Brasil e no exterior, ou de reuniões com autoridades reguladoras como a ANS ( Agência Nacional de Saúde) e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Conclusão

Conduzir pesquisas clínicas é um desafio enorme e gratificante que requer uma combinação única de habilidades clínicas, científicas e éticas. Como médicos, estamos na linha de frente dessa jornada, trabalhando incansavelmente para traduzir ideias inovadoras em tratamentos eficazes e melhorar a vida dos nossos pacientes.

É uma honra fazer parte desse processo e contribuir para o avanço da Medicina Onco-Hematológica aqui no Brasil e em todo o mundo.

Quer conhecer um pouco mais do meu dia a dia e ver os bastidores da minha rotina de médica? Acompanhe meu perfil no Instagram, onde posto todas as minhas atividades profissionais: https://www.instagram.com/linfopedia/

Dra. Adriana Scheliga
MÉDICA – Hematologista | Oncologista
CRM 52-49052-5 | RQE 30636 / 30637

12 Perguntas e Respostas sobre Leucemia. Esclarecendo as dúvidas mais frequentes dos pacientes.

A leucemia é uma doença complexa que afeta milhares de pessoas em todo o mundo. Eu recebo frequentemente muitos questionamentos sobre esta doença e eles se multiplicam quando o assunto vem à tona na imprensa ou por meio de uma celebridade.

Portanto, decidi preparar um artigo com o compilado de perguntas que mais recebo e suas respostas para esclarecer as dúvidas sobre o tema. Vamos lá, então:

1. O que é leucemia e quais são os seus tipos?

A leucemia é um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos do sangue, responsáveis pela defesa do organismo contra infecções. Ela se desenvolve quando as células sanguíneas na medula óssea sofrem mutações e se transformam em células anormais. Existem quatro tipos principais de leucemia: leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfoblástica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (LLC).

2. Quais são os sintomas da leucemia?

Os sintomas da leucemia podem variar dependendo do tipo e estágio da doença, mas geralmente incluem fadiga, fraqueza, febre, perda de peso não intencional, suores noturnos, dor nos ossos e articulações, hematomas frequentes e sangramentos espontâneos, infecções, aumento do baço e do fígado.

3. Como a leucemia é diagnosticada?

O diagnóstico de leucemia envolve uma série de exames, incluindo exames de sangue para avaliar os níveis dos glóbulos brancos, dos glóbulos vermelhos e das plaquetas, bem como a presença de células anormais. Uma biópsia da medula óssea e coleta do sangue da medula para uma série de exames são frequentemente realizados para confirmar o diagnóstico e determinar o tipo específico de leucemia.

4. Qual é o tratamento para a leucemia?

O tratamento para leucemia depende do tipo e estágio da doença, bem como de outros fatores individuais, como a idade e a saúde geral do paciente. As opções de tratamento podem incluir quimioterapia, radioterapia, terapia-alvo, transplante de células-tronco e imunoterapia. O tratamento é frequentemente realizado em fases, com o objetivo de induzir a remissão e prevenir recidivas.

5. Qual é a taxa de sobrevivência para a leucemia?

As taxas de sobrevivência para a leucemia variam muito e dependem do tipo e estágio da doença e das condições gerais do paciente. No entanto, os avanços nos tratamentos nas últimas décadas têm melhorado significativamente as taxas de sobrevivência para muitos pacientes com leucemia.

6. A leucemia é hereditária?

Embora algumas formas de leucemia tenham uma predisposição genética (como por exemplo a leucemia linfocitica crônica), a maioria dos casos não é hereditária e sim causada por mutações genéticas adquiridas ao longo da vida, devido a fatores ambientais ou desconhecidos.

7. Existe alguma forma de prevenir a leucemia?

Não existem medidas específicas de prevenção para a doença, já que suas causas exatas ainda não são totalmente compreendidas. No entanto, evitar exposição a produtos químicos tóxicos, radiação ionizante e tabagismo pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença.

8. Quais são os efeitos colaterais do tratamento para leucemia?

Os efeitos colaterais podem variar de acordo com o tipo de tratamento e da resposta individual do paciente. Alguns dos mais comuns são náuseas, vômitos, perda de cabelo, fadiga, risco aumentado de infecções, anemia e hemorragias.

9. A leucemia infantil é tratada de forma diferente da leucemia em adultos?

Sim, devido a diferenças na biologia da doença e na tolerância ao tratamento. Os protocolos de tratamento para leucemia infantil são frequentemente mais intensivos e podem incluir diferentes combinações de quimioterapia.

10.  Devo considerar uma segunda opinião para leucemia?

Sim, muitas pessoas com câncer buscam uma segunda opinião de outro médico. Existem várias razões para isso, incluindo a necessidade de se sentir confortável com a decisão de tratamento, especialmente quando as opções disponíveis podem ser diversas. Além disso, em casos mais raros de leucemia, consultar um especialista pode fornecer insights valiosos sobre o plano de tratamento mais adequado.

11.  Como posso obter uma segunda opinião para leucemia?

Existem várias maneiras de encontrar um especialista para uma segunda opinião. O médico de atenção primária pode recomendar um Hematologista ou o próprio paciente pode escolher um especialista de sua confiança. Além disso, os centros de onco-hematologia e programas de tratamento de leucemia geralmente têm uma equipe multidisciplinar de especialistas que trabalham juntos para fornecer o melhor tratamento possível.

12.  Devo considerar um ensaio clínico para leucemia?

A participação em ensaios clínicos é uma decisão pessoal e pode oferecer benefícios, como acesso a tratamentos inovadores que não estão disponíveis de outra forma. No entanto, é importante discutir os riscos e benefícios de ensaios clínicos com o médico antes de decidir participar. Os ensaios clínicos ajudam a determinar quais tipos de tratamento funcionam melhor para a leucemia e podem oferecer esperança para pacientes cuja leucemia não responde aos tratamentos convencionais. O importante é avaliar se os benefícios potenciais superam os riscos para o paciente individualmente.

Por fim, a leucemia é uma doença complexa que requer uma abordagem individualizada e multidisciplinar para o diagnóstico e tratamento. Com o avanço das pesquisas e o desenvolvimento de novas terapias, as perspectivas para pacientes continuam a melhorar. É fundamental que se tenha acesso a informações precisas, apoio emocional e tratamento especializado ao enfrentar a leucemia.

Como médica Hematologista e Oncologista, estou comprometida em fornecer o melhor cuidado possível para todos os pacientes com leucemia, trabalhando em estreita colaboração com uma equipe multidisciplinar para desenvolver planos de tratamento individualizados e eficazes. Assim como também estou disponível para consultas de segunda opinião.

Aqui no meu site, você encontrará todas as informações de contato para agendar sua consulta comigo. Clique neste LINK para acessar.

Dra. Adriana Scheliga
Hematologista | Oncologista

A toranja e o tratamento oncológico

🍊A toranja é uma fruta cítrica muito popular nos EUA aonde é conhecida como Grapefruit. É uma excelente fonte de vitamina C, sendo consumida fresca e também em forma de sucos. Em países como Argentina e Chile ela é conhecida como Pomelo, e é muito popular também.
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💊Mas essa fruta é também conhecida por interferir com a ação de vários medicamentos oncológicos e não oncológicos que são administrados por via oral. Isso acontece porque alguns medicamentos orais após serem ingeridos e exercerem a sua ação desejada, são metabolizados e depois eliminados do nosso organismo com a ajuda de uma enzima chamada CYP3A4. ⠀

🍋O suco de toranja pode bloquear a ação desta CYP3A4, e com isso ao invés dos medicamentos serem metabolizados e eliminados, uma concentração maior dos medicamentos permanecem no nosso organismo por mais tempo. O resultado: aumento do risco de danos em órgãos vitais como o fígado e os rins.

💊Dentre os medicamentos não oncológicos que não devem ser administrados junto com a toranja estão:
– medicamentos para baixar o colesterol como sinvastatina e atorvastatina
– medicamentos para baixar a pressão como nifedipina
– ansioliticos como a buspirona
– antiarritimicos como a amiodarona
– antialérgicos como a fexofenadina ⠀

💊Já entre os medicamentos oncológicos que não devem ser administrados junto com a toranja estão:
– ibrutinibe para leucemia linfóide crônica e alguns linfomas não hodgkin
– nilotinibe para leucemia mielóide crônica
– pazopanibe para tratamento de tumores renais e alguns tipos de sarcomas de partes moles

Portanto pergunte ao seu médico se você pode beber suco de toranja enquanto toma alguns medicamentos. E lembre-se que algumas bebidas industrializadas como refrigerantes também podem conter suco de frutas feitas com suco de toranja.